23 de novembro de 2009

Entrevista com Arquiteto - Giuseppe



ARQUIVIDA: O que levou você a escolher arquitetura?
GIUSEPPE: O que me levou a escolher foi a convivência desde muito pequeno com o meio, junto a construçao civil onde acontece desde avô, pai, e agora comigo na construçao onde desde sempre tive a fixaçao de criaçao de uma obra como um filho que vc projeta, cria e concretiza o seu progresso.

A: No começo de sua carreira, você se espelhou em algum profissional?
G: Sempre me espelhei nos meus familiares como grandes construtores.

A: Quais conselhos você daria para quem está iniciando a carreira de arquitetura?
G: O conselho que daria é: não se venda por uns trocados e se prepare para ser um profissinal verdadeiramente onde valorize seu trabalho nao meramente no papel mas sim em todos os campos da área.

A: Na sua opinião, quais pontos positivos e negativos da área?
G: Como dizia anteriomente positivamente e uma area maravilhosa onde criamos do nada surge algo onde o homem possa usufruir de uma qualidade de vida em moradia meio ambiente. Negativo onde os maus profissionais se vendem por qualquer preço assinando qualquer coisa por dinheiro e fazendo qualquer coisa pelo mesmo.

A: Nesses anos de experiência, você percebeu alguma transformação de idéias na área de arquitetura?
G: Sim muitas mudanças acontecerao desde o contorno e ate mesmo qto ao meio ambiente se faz presente na arquitetura.

A: Olimpíadas: Você gostou da escolha do RJ como sede das olimpíadas? Se não, qual cidade escolheria? Na sua opinião, qual será o impacto dessas novas construções na paisagem?
G: Sim gostei muito qto a escolha do rio, o impacto junto a cidade vai ser algo maravilhoso onde creio que sera uma das cidades mais bonita do mudo isto ja e mas em qualidade de vida e ate mesmo de moradia, hospedagem enfim transporte.

A: O que você acha sobre Arquitetura Sustentável?
G: A arquitetura sustentavel e algo que tempos que trabaalhar esta ideia pois temos que pensar so nao no hoje mas no futuro pois o mundo esta se destruindo pouco a pouco e tempos por obrigaçao fazermos uma nova arquitetura.

A: Você é adepto a ela?
G: Sim sou adepto a esta arquitetura.

27 de outubro de 2009

Exposição no Parque da Luz


Construtores do Verde: Família Etzel
( São Paulo 1901 - 1971 )
por Angélica

Venha conhecer de perto detalhes da familia Etzel na Casa do Administrador do Parque Jardim da Luz. Realizada em parceria com a Pinacoteca de São Paulo, a exposição é um convite para conhecer de perto detalhes desta família tão importante para a cidade. Antonio e Arthur Etzel, respectivamente construtor e morador, pai e filho foram os primeiros a dirigir o Departamento de Parques, Jardins e Cemitérios de São Paulo. A Casa do Administrador, por mais de 70 anos, moradia da família Etzel, passou por restauração e agora está aberta ao público para visitação.
De terça a domingo, 10h às 17h - Parque da Luz - Casa do Administrador
Rua Ribeiro de Lima, 99 - SP



Matisse Hoje
por Angélica

De 5 de Setembro a 1º de novembro de 2009 acontece na Pinacoteca do Estado de São Paulo, a exposição de Matisse.
Você terá a oportunidade de ver seus quadros, esculturas, gravuras e um video sobre esse grande gênio da arte que ainda influência  muitos artistas.
Segue um resumo da sua grande história de vida e contribuição para a sociedade artística.
1869 - Henri Matisse nasce em 31 de dezembro em Cateau-Cambrésis, no norte da França. Estuda na cidade de Bohain, onde seu pai tem comércio de grãos e loja de ferragens.
1882 – 1887 -Estudos no Liceu de Saint-Quentin, no norte da França.
1887- 1888 -Estuda Direito em Paris
1889 - Volta para Saint-Quentin, onde é encontrado como escrivão de um oficial de justiça. Todas as manhãs, bem cedo, Matisse assiste às aulas de desenho da Escola Quentin de la Tour.
1890 - Uma apendicite deixa-o de cama por um ano. Ganha da mãe um estojo com material de desenho da Escola Quentin de la Tour ao mesmo tempo em que atua como escrivão.
1891 - O pai de Matisse lamenta sua decisão de seguir a vocação, mas ele vai para Paris e se matricula na Academia Julian.
1892 - Matisse prefere o ateliê de Gustave Moreau, onde conhece Albert Marquet e Georges Rouault, e, mais tarde, Charles Camoin e Henri Maguin. Matricula-se no curso noturno da Escola das Artes Decorativas.
1894 - Nasce sua filha, Marguerite
1895 - Faz cópias no Louvre. Instala-se no 19º do quai Saint-Michel. Começa a pintar ao ar livre. Viaja à Bretanha.
1896 - Expõe com sucesso no Salão da Sociedade Nacional de Belas-Artes, onde é eleito membro associado. O governo francês compra Mulher lendo. Segunda viagem à Bretanha, onde conhece o pintor inglês John Russel, que lhe dá dois desenhos de Vicent Van Gogh.
1897 - A sobremesa, exposta no Salão da Nacional, é mal recebida. Matisse descobre a pintura impressionaista pelo legado Caillebotte, no Musée du Luxembourg, em Paris. Conhece Camille Pissarro. Nova viagem a Bretanha.
1898 - Casa-se com Amélie Parayre. Viagem de núpcias a Londres, onde descobre William Turner. Passa doze meses longe de Paris: primeiramente na Córsega, depois em Toulouse (cidade natal de sua mulher) e em Fenouillet.
1899 - Nasce seu filho Jean. Frequenta a Academie Carrière, onde conhece André Derain, e assiste as aulas de escultura da Escola da rua Étienne-Marcel em período noturno. Adquire a pintura Três banhistas, de Paul Cézanne, um gesso de Auguste Rodin, uma tela de Paul Gauguin e um desenho de Van Gogh. Lê o ensaio de Paul Signac, “De Eugène Delacroix aos neoimpressionistas”.
1900 - Nasce seu filho Pierre. Grandes dificuldades financeiras. Trabalha com Albert Marquet na decoração do Grand Palais, durante a Exposição Universal. Sua mulher abre uma loja de moda.
1901 - Matisse descansa na cidade de Villars-su-Ollon, na Suiça, depois de uma bronquite. Expõe no Salão dos Independentes. André Derain lhe apresenta Maurice Vlaminck.
1902 - A necessidade obriga Matisse a voltar a viver com a mulher e os filhos em Bohain. Começa a expor na galeria de Berthe Weill (Paris) com seus colegas do ateliê Moreau.
1903 - Inauguração do Salão de Outono, onde expõe com seus amigos (Rouault, Derain, Camoin, Manguin) ao lado de uma retrospectiva de Gauguin, falecido nesse ano. Primeiras gravuras em água-forte. Passa parte do ano em Bohain e Lesquielles.
1904 - Primeira exposiçào individual, na galeria de Vollard, em Paris. Passa o verão em Saint-Tropez, com Paul Signac e Henri-Edmond Cross. Matisse experimenta a técnica neoimpressionista. Expõe treze telas no Salão de Outono.
1905 - A pintura Luxo, calma e volúpia, exposta no Salão dos Independentes, é comprada por Signac. Matisse passa o verão em Collioure, com Derain. No Salão de Outono irrompe o escândalo dos Fauvistas. Mulher de chapéu, que é o centro das atenções, e comprada pelos Stein, que iniciam sua coleção de obras de Matisse. Aluga um ateliê no Couvent des Oiseaux, na rua Sèvres, em Paris.
1906 - A alegria de viver, único quadro de Matisse exposto no Salão dos Independentes e cujo espírito é criticado por Signac, é comprado por Leo Stein. Expõe na galeria Druet, em Paris, e no Salão de Outono com os Fauves. Viagem a Briska (Argélia), de onde traz tecidos e cerâmicas populares. Se interessa pela arte africana. Passa o verão em Collioure. Primeiras litografias e xilografias.
1907 - Troca de quadros com Pablo Picasso, que trabalha nas Demoiselles d’Avignon. A pintura Nu azul: lembrança de Briska é exposta no salão dos Independentes. Luxo I é exposto no Salão de Outono. Guillaume Apollinaire publica um artigo elogiando Matisse. Visita Veneza, Pádua, Florença, Arezzo e Siena. Admiradores criam uma escola na rua de Sèvres, em Paris, onde ele ensina.
1908 - Transfere seu ateliê e escola para o bulevar dos Invalides. Viagem à Alemanha. Expõe em Nova York, Moscou e Berlin. Passa o verão em Cavalière. Publica Notas de um pintor. O colecionador russo Serguei Schukine inicia sua coleçào de obras de Matisse.
1909 - Schukine lhe encomenda A dança e A música. Compra uma casa em Issy-les-Moulineaux, nos arredores de Paris, onde constói um ateliê. Aos poucos perde o interesse em dar aulas, atividade que encerra em 1911.
1910 - Retrospectiva na galeria Bernheim-Jeune. Visita a exposição de arte mulçumana em Munique. Primeiras cabeças de Jeannette. Viagem à Andaluzia (Espanha).
1911 - Pinta em Sevilha, depois em Issy e em Collioure. Viaja a Moscou para supervisionar a instalação de A dança e a música. Estuda os ícones. Primeira estada em Tânger (Marrocos).
1912 - Primeira exposição de esculturas em Nova Iorque. Expõe em Colônia e em Londres. Visita a exposição de miniaturas persas no Museu de Artes Decorativas. Segunda estada em Tânger com Camoin e Marquet.
1913 - Volta ao Marrocos na primavera. Expõe suas pinturas marroquinas na galeria Bernheim-Jeune. Participa da Secession de Merlin e do Armory Show, em Nova Iorque, Chicago e Boston. Retoma um ateliê no quai Saint-Michel, em Paris.
1914 - Sua exposição de Berlim é interrompida com o início da Primeira Guerra Mundial. Na impossibilidade de se alistar, Matisse se instala em Collioure com a família. Lá encontra Juan Gris, a quem ajuda financeiramente. Pinta Notre-Dame e Porta-balcão em Collioure.
1915 - Expõe em Nova Iorque. Trabalha no quai Saint-Michel, depois em Issy.
1916 - Expõe em Londres. Pinta Os marroquinos.
1917 - Passa o verão em Issy e o outono em Paris. Chega a Nice em dezembro.
1918 - Visita Auguste Renoir em Cagnes-sur-Mer. Expõe com Pablo Picasso na galeria Paul Guillaume, em Paris. Visita Pierre Bonnard em Antibes. Doravante passa o inverno em Nice.
1919 - Expõe na galeria Bernheim-Jeune e em Londres. Pinta A mesa preta e As plumas brancas, tendo Antoinette como modelo.
1920 - Cria cenários e figurinos para O canto do Rouxinol, espetáculo dos Balés Russos, de Diaghilev, que Matisse acompanha em Londres. Passa o verão em Étretat. Henriette Darricarrère começa a posar para ele. Começa a trabalhar no tema das Odaliscas.
1921 - Verão em Étretat. O Musée du Luxembourg compra Odalisca de calça vermelha.
1922 - Começa uma importante série de litografias.
1924 - Expõe em Nova Iorque e realiza uma importante retrospectiva em Copenhague.
1925 - Viagem à Itália.
1927 - Recebe o Prêmio Carnegie, em Pittsburgh. Expõe em Nova Iorque, na galeria de seu filho Pierre Matisse.
1929 - Dedica-se sobretudo à escultura e à gravura.
1930 - Em março vai ao Taiti, onde permanece alguns meses em busca de outra luminosidade e outro espaço. Passa por Nova Iorque, Chicago e São Francisco. Visita a Fundação Barnes, em Merion (Pensilvânia). Membro do júri do Prêmio Carnegie, que é atribuido a Picasso. Albert Skira pede ilustre Poésies, de Mallarmé. Durante uma segunda viagem aos Estados Unidos, em setembro, o dr. Barnes lhe encomenda a grande composição de A dança.
1931 - Retrospectiva em Paris. Expõe na Kunsthalle da Basilcia e no Museu de Arte Moderna de Nova Iorque.
1932 - Matisse termina A dança, mas havia recebido dimensões erradas; faz uma segunda versão. Lançamento das Poésies de Mallarmé, com trinta águas-fortes.
1933-Vai a Merion para instalar a segunda versão de A dança. Viaja em férias para Abano Bagni, perto de Veneza. Revê os frescos de Giotto em Pádua.
1934 - Realiza gravuras sobre temas da Odisseia para Ulisses, de James Joyce. Lydia Delectorskaya posa para Nu cor-de-rosa e torna-se sua modelo principal até 1939.
1936 -Expõe em Paris, na galeria Paul Rosenberg.
1937 - Desenha a cenografia de Vermelho e negro, para os Balés Russos. Sala especial na exposição Mestres da arte independente, no Petit Palais, Paris. A técnica dos papéis recortados é utilizada para o primeiro número das revistas Cahiers d’Art e Verve, editada por Tériade.
1938 - Instala-se no antigo Hotel Regina, em Cimiez, Nice. Expõe com Picasso e Braque em Oslo, Compenhague e Estocolmo.
1939 - Primavera em Nice e verão em Paris. Em outubro, volta para Nice.
1940 - Primavera em Paris. Após a ocupação alemã, obtém um visto para o Brasil, mas decide permanecer na França. Pinta A blusa romena e O sonho.
“Poderia estar melhor longe daqui, mais livre, menos pressionado. Quando estava na outra fronteira, vendo o desfile interminável de candidatos à partida, minha vontade de emigrar desapareceu definitivamente. Eu já tinha meu passaporte com visto para o Brasil e devia partir em 8 de junho, passando por Modano e Gênova, para passar um mês no Rio de Janeiro. Quando percebi a situação real, pedi imediatamente o reembolso de minha passsagem. Iria sentir-me igual a um desertor. Se todos aqueles que têm algum valor fogem da França, o que restará da França?” (Carta para Pierre Matisse, 1º de setembro de 1940)
1941-1942 - Matisse é operado, em Lyon, de uma grave infecção intestinal. A partir de então, embora obrigado a passar boa parte do tempo acamado, ele se dedica intensamente ao trabalho, com energia renovada. Ilustração de Florilège des amours, de Pierre Ronsard, e de Pasiphaé, de Henry de Montherlant.
1943 - Instala-se em Vence, na casa de campo “Le Rêve” (O sonho), onde permacencerá até 1948. Inicia a série dos papéis pintados com guache e colados que constituirão a ilustração de Jazz, publicado por Tériade em 1947.
1944 - Trabalha na ilustração das Flores do mal, de Baudelaire. Madame Matisse é presa e sua filha é portada, por envolvimento na Resistência.
1945 - Retrospectiva no Salão de Outono. Expõe no Victoria and Albert Museum, em Londres, com Picasso, expõe telas recentes na galeria Maeght (Paris), com fotografias de seus estados sucessivos.
1946 - Ilustra Cartas portuguesas, de Marianna Alcoforado, e Visages, de Pierre Reverdy.
1947 - O editor Tériade publica Jazz. Série dos Interiores de Vence.
1948 - Começa a trabalhar na decoração da Capela do Rosário de Vence. Primeiros grandes guaches recortados. Exposição retrospectiva no Museu da Filadélfia; participa da seleçào de obras e da montagem da exposição junto com o curador.
1949 - Expõe pinturas recentes, guaches recortados e graqndes desenhos a pincel na galeria Pierre Matisse, em Nova Iorque, e em seguida no Museu de Arte Moderna, em Paris.
1950 - Grande Prêmio de pintura na XXV Bienal de Veneza
1951 - Inauguração da Capela de Vence. Exposições no Museu de Arte Moderna de Nova Iorque, e em Cleveland, Chicago, São Francisco e Tóquio.
1952 - Inauguração do Museu Matisse em Cateau-Cambresis, sua cidade natal. Série Nus azuis, de papéis recortados.
1953 - Exposições de esculturas em Londres e Nova Iorque e de papéis recortados na galeria Berggruen, em Paris.
1954 - Exposição na galeria Paul Rosenberg, em Nova Iorque. A rosácea para a Union Church de Pocantico Hills, em Nova iorque, é o seu último guache recortado. Morre em 3 de novembro, em Nice.

O raro peixe da Dalmácia


 
Adaptação do Capítulo IV – A Cidade e as Serras
por Angélica

À José Fernandes, uma noite, Jacinto anuncia “uma festa no Campos Elíseos, 202, por causa do Grão-Duque Casimiro, que lhe ia mandar um peixe delicioso e muito raro que se pesca na Dalmácia”. Em vez de almoço, o Grão-de-Duque reclamou uma ceia. Serviu-se um Porto de 1834, envelhecido nas adegas do avô Galião. O primeiro serviço: consommé frio com trufas. Vinho branco, Chateau-Y. E esperava-se agora o “peixe famoso da Dalmácia, o peixe de S.Alteza, o peixe inspirador da festa!” Eis que o mordomo “balbuciou uma confidência a Jacinto”: o elevador dos pratos, ao subir o peixe de S.Alteza, inesperadamente se desarranjou e ficou encalhado. Todos os esforços foram em vão: o peixe permanecia na travessa, em baixo, na treva, entre rodelas de limão, “numa inércia de bronze eterno”. O peixe foi abandonado.
Quebrando o silêncio do palacete 202, José Fernandes surpreendeu a todos com palavras que soaram bem aos ouvidos de todos os convidados, e acalmou o coração do anfitrião, Jacinto.
José Fernandes tinha aprendido com a sua avó a fazer uma receita o qual era passada de geração a geração com toda a pompa da época de Luis IV, Salmão C’ ét Magnifique.
Enquanto o prato era preparado, salmão fresco com meio limão, molho de endro, sour cream, maionese, leite, alho, sal e pimenta, os convidados se refrescavam com vinho e conversas paralelas.
José Fernandes deu instruções devidas ao mordomo que em poucos minutos tentava solucionar o problema.
As chamas das velas salpicavam a sala enquanto se escultava ao fundo os cascos dos cavalos bailando pelo paralelepipedo.
Jacinto começou a ficar inquieto com a situação e com a troca de olhares dos convidados à espera do prato principal. Eis que chega da cozinha um aroma tão único que o próprio Grão-de-Duque reconheceu a riqueza do prato.
O mordomo avisou Jacinto que finalmente o prato seria colocado à mesa e todos embebidos com o perfume do salmão foram se servir.
Já sentados, o prato foi colocado à mesa enquanto os talheres de prata repousavam ao lado da porcelana e os copos de cristais eram enchidos com vinho de ótima safra.
O salmão derretia na boca, enquanto vinhos e borbulhas de champagne davam um charme ao 202.
Prato saboroso, contemplaram todos os convidados, principalmente o Duque e Jacinto.
Aquela noite no salão ficou marcado pelo gosto requintado de José Fernandes, e a cortesia e a elegância de Jacinto.

Visita ao Memorial da Resistência



 por Rafaella Pisano

Após um trabalho para a disciplina de sociologia sobre a ditadura militar, comecei a me interessar pelo assunto e fui atrás de mais informações. Descobri que existe um museu sobre o antigo DOPS( Departamento de ordem política e social)/ DEOPS (Departamento Estadual deordem política e social) e a curiosidade era tão grande que eu fui num sábado até lá e claro arrastei o namorado junto para conhecer um pouco mais sobre o local.
Localizado na Estação Pinacoteca, próximo a estação da Luz e da própria Pinacoteca, o Memorial da Resistência é uma reconstituição parcial do que foi o DOPS.
 


A imagem acima foi retirada de um folheto que nós  recebemos assim que entramos no museu.  Este edifício foi projetado pelo arquiteto Ramos de Azevedo para o funcionamento da Administração e depósito da estrada de ferro sorocabana e foi reformado para abrigar o DEOPS em 1939.  É um edifício tombado pelo CONDEPHAAT devido a sua importância histórica e arquitetônica.
A planta acima demonstra a divisão do pavimento térreo existente. Existem dois acessos liberados, sendo um principal para o público e um para as pessoas que estão em serviço.  Ao lado do acesso principal, temos a bilheteria ( a entrada no memorial é gratuita) onde são distribuídos ingressos de entrada, também gratuitos, para a pinacoteca.
No setor identificado como A tem uma amostra de cartazes da época da ditadura e documentos que foram recuperados, como por exemplo fixas originais do arquivo do DEOPS e livros que foram censurados na época que foram resgatados em sebos. 
No setor B além de ter uma maquete de como era a estruturação do DEOPS, tem telas interativas que possibilitam o aprendizado sobre termos e acontecimentos da época.
No setor D tem uma reprodução do arquivo com as fichas feitas em plásticos como se fossem “plaquinhas” que eu achei muito interessante e fiquei um tempão olhando. Também tem uns computadores com acesso ao site do memorial.
O setor C eu deixei por último pois é o mais “legal”! Me sinto até um pouco constrangida de falar assim afinal o que acontecia lá dentro não tinha nada de legal, mas foi a parte que eu estava mais ansiosa para conhecer e que definitivamente mais me marcou. Lá ficam localizadas as celas. Da esquerda para a direita cada cela é uma sensação diferente que variam entre angústias, lágrimas, respeito e claro, revolta.
Na primeira cela fotos da reconstituição do local estão nas paredes.Na segunda uma série de vídeos são projetados em homenagem aos milhares de presos, de desaparecidos e dos mortos pelo DEOPS. A terceira cela marcou bastante pois nas paredes haviam depoimentos dos próprios presos que resistiram a repressão, que participaram da reconstituição do local e fizeram questão de mostrar tudo o que passaram. Na “ultima” cela haviam fones de ouvidos onde nós pudemos escutar o depoimento dos “sobreviventes”. Essa é a parte mais emocionante. No centro da cela tem um caixote com um cravo vermelho em cima e a pouca iluminação da sala é voltada para ele. É uma sensação bem pesa entrar na cela depois de tudo o que foi visto e ver aquele cravo vermelho. Em um dos depoimentos uma senhora chamada Rose, disse que o natal foi um momento muito importante pra eles. Ela pediu a sua mãe que enviasse um bolo para que eles pudessem comemorar a data e também um buque de flores. A mãe lhe trousse um buquê de cravos vermelhos e ela distribuiu eles cela por cela.Ela conta que aquelas flores foram mais marcantes que o próprio bolo, pois há muito tempo eles não viam cor, não viam vida.
Esse depoimento acabou com o meu dia!!! É muito tudo muito triste, mas é bom saber que a luta deles nos levou a algum lugar. Pode não ser o melhor sistema, mas eu acredito que todo sistema tem falhas e por mais clichê que isso pareça cabe a cada um de nós fazer com que isso mude.
Apesar de ser uma visita forte eu recomendo. No 1º sábado de cada mês as pessoas que resistiram as torturas se reúnem lá no memorial e contam fatos sobre o que houve pra quem estiver interessado. Eu ainda não tive a oportunidade, mas pretendo ir assim que possível.


O Memorial da Resistência fica
 localizado no Largo General Osório,66 –Luz- São Paulo
Telefone: 3337-0185/ ramal 27
WWW.Pinacoteca.org.br
Entrada gratuita de terça à domingo das 10h às 17:30.
 





O imaginario de Campos Elisio - Ivane



A construçao arquitetonica pode ser entendida como composta de elementos formais de origem diversa, reunido num exercicio pessoal e critico. Esta foto reproduz um modo de fazer arquitetura portuguesa do seculo xx pela modernidade do espaço domestico burguês.

O grande Lúcio Costa


Lúcio Costa
por Angélica


Lúcio Costa (1902–1998) nasceu em Toulon, França. Foi educado na Inglaterra e na Suiça. Em 1916 radicou-se no Rio de Janeiro. Em 1924, formou-se arquiteto pela Escola Nacional de Belas Artes e em 1930 se tornou diretor desta instituição. Lúcio Costa teve bastante influência em alguns alunos que mais tarde seriam os primeiros modernista no brasileiros. Convidado a projetar a sede do Ministério da Educação e Saúde pelo ministro Gustavo Copanema, Lúcio Costa chamou alguns de seus alunos: Oscar Niemeyer, Carlos Leão, Ernani Vasconcelos, Affonso Eduardo Reidy e Jorge Moreira. Foi graças a Lúcio Costa que ao trazer para o Brasil como consultor, o Le Corbusier, surgiu o primeiro arranha-céu corbusiano do mundo – o Ministério da Educação e Saúde que depois ficou conhecido como MEC - Ministério da Educação e Cultura. Atualmente funciona o Palácio Gustavo Capanema. Em 1957 ganhou o concurso para o Plano Piloto da Nova Capital do Brasil, e com Oscar Niemeyer realizaram a surpreendente obra, sendo assim os responsáveis pelas características formais de Brasilia conhecida por todos hoje. Em 1998, Lúcio Costa faleceu em sua casa no Rio de Janeiro.

A Cidade e as Serras - Eça de Queiros

Impressões sobre a obra, os personagens e o ambiente
por Angélica

O romance de Eça de Queirós, “A Cidade e as Serras”, traz para nos leitores, um panorama crítico da cultura e dos programas sociais e politicos da época. Ele ironiza a cidade, a civilização e faz elogios aos valores da natureza.
José Fernandes é o narrador-personagem em 1º pessoa e amigo do Jacinto de Tormes.
Ele tem uma admiração muito grande por Jacinto e se coloca menos importante que o protagonista :
“(..) Três meses e três dias depois do seu enterro o meu Jacinto nasceu”. Pág. 16
“(...) e, mais para sondar o meu Príncipe do que por persuasão, (...)” – Pág. 42
“(..) E eu (miserável Zé Fernandes!) (...)” – Pág. 75
Jacinto e José Fernandes se encontraram em Paris, nas escolas do Bairro Latino.
Jacinto é filho de uma família de fidalgos portugueses, mas nascido e criado em Paris. Aprendeu tudo facilmente, letras, tabuada e latim. Também tinha uma grande adoração pela cidade e uma opinião muito forte sobre o que é um homem civilizado.
Para ele, “(..) o homem só é superiormente feliz quando é superiormente civilizado – Pág. 18
“(...) a idéia de Civilização, para Jacinto, não se separava da imagem de Cidade, de uma enorme cidade, com todos os seus vastos órgãos funcionando poderosamente.” – Pág. 20
Para Jacinto, a idéia de viver na cidade com tecnologia o fazia sentir superior e ser pensante que o separa dos bichos. Essa parte é descrita quando Jacinto comenta sobre o fonógrafo. Pág. 21
Ele tinha uma vida muito ativa na sociedade e dava muitos almoços em sua casa, mas com o tempo ele foi se aborrecendo: “(..) Era fartura! O meu Príncipe sentia abafadamente a fartura de Paris; e na cidade, fora de cuja vida culta e forte, o home do século XIX nunca poderia saborear plenamente a “delícia de viver’, ele não encontrava agora forma de vida espiritual ou socila, que o interessava, lhe valesse o esforço de uma corrida curta numa tipóia fácil”. –Pág. 80
Jacinto, um homem que se orgulhava em viver na cidade sempre a favor do progresso troca tudo por viver no mundo natural e seu amigo José Fernades o ajuda.
José Fernandes, era de Guiães, amava a natureza e tinha um certo “pavor” da cidade.
Quando ele retornou a Paris, ele levou um tempo para se acostumar com a vida social que o Jacinto levava.
É interessante ver a análise feita por José Fernandes sobre a cidade: “E, mais para sondar o meu Príncipe do que por persuasão, insisti na fealdade e tristeza destes prédios, duros armazéns, cujos andares são prateleiras onde se apinha a humanidade! E uma humanidade impiedosamente catalogada e arrumada! “- Pág. 42
Este romance é escrito cheio de detalhes, o que faz nos leitores, a conseguir imaginar toda a cena, como por exemplo é descrito a parte onde José Fernandes reconhece Jacinto depois de 7 anos: “Era de novo fevereiro, e um fim de tarde arrepiado e cincento, quando eu desci os Campos Elísios em demanda do 202. Adiante de mim caminhava, levemente curvado, um homem que, desde as botas rebrilhantes até às abas recurvas do chapéu donde fugiram anéis de um cabelo crespo, ressumava elegância e a familiaridade das coisa finas. Nas mãos, cruzadas atrás das costas, calçadas de anta branca, sustentava uma bengala grossa com castão de cristal. E só quano ele parou ao portão do 202 reconheci o nariz afilado, os fios do bigode corredios e sedodos. “- Pág. 27
Há também uma parte engraçada onde o Grão Duque Casimiro traz um peixe raro para o jantar e por uma série de problemas que acontecem na casa de Jacinto, o peixe que ora está na bandeja assado acaba por ser “pescado novamente” no elevador.

Lina Bo Bardi


Lina Bo Bardi
por Cristiane

Achillina Bo Arquiteta brasileira de origem italiana (1914-1992). Nasce em Roma e forma-se em arquitetura em 1946. Vem para o Brasil em seguida, acompanhando o marido, Pietro Maria Bardi, convidado para dirigir o Museu de Arte de São Paulo (Masp). Entre 1955 e 1959 desenha móveis e dá aulas na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (USP). Nos dez anos seguintes encarrega-se do projeto e da construção da nova sede do Masp, totalmente estruturada em concreto e vidro sobre um vão livre de 70 metros de altura, o maior do mundo na época. A partir dos anos 70 participa de vários planos de restauração de prédios históricos em Salvador, além de desenhar o Museu de Arte Moderna da Bahia. Em 1977 torna-se a pioneira da "arqueologia industrial" no Brasil ao iniciar a restauração de uma antiga fábrica do início do século em São Paulo, transformando-a em centro cultural e esportivo - o Sesc Fábrica da Pompéia. Morre em São Paulo.

Um pouquinho sobre Lúcio Costa - por Rafaella Pisano


Lucio Costa ,Nascido em Toulon, França em 27 de fevereiro de 1902, tornou-se reconhecido no mundo inteiro pela elaboração do Plano-Piloto de Brasilia.
Passou a receber convites para projetar diversos planos urbanísticos, inclusive a cidade de Florença que teve de ser reconstruída após ser atingida por uma inundação.
Escreveu uns livros relacionados a arquitetura. Lucio Costa também esteve à frente de uma série de episódios como por exemplo a reforma da Escola Nacional de Belas Artes; a construção do Ministério da Saúde e da Educação e a criação do SPHAN (Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), hoje IPHAN.
Costa convidou  Le Corbusier a vir ao Brasil para uma colaboração no projeto da sede do  Ministério da Educação e da Saúde Pública). A arquitetura moderna do projeto ia de acordo com os objetivos da ditadura de Vargas, pois dava impressão de modernidade e progresso ao país. Costa, preferiu dividir o projeto com uma equipe que incluía o seu antigo aluno Oscar Niemeyer e alguns dos  seus sócios .
Faleceu em 1998 aos 96 anos em sua própria casa.